A Norma EN 1337-3 regula a produção de aparelhos de apoio elastoméricos na Europa, certificando-os com o selo CE. Saiba sua importância para a segurança estrutural em projetos e como fabricantes podem obter a certificação
A Norma EN 1337 é a base de regulamentação europeia para a produção e certificação de aparelhos de apoio elastoméricos e metálicos em estruturas, especialmente pontes e construções de grande porte. Ela garante que os fabricantes sigam diretrizes de qualidade e segurança rigorosas, necessárias para obter o selo CE, essencial para a comercialização na União Europeia.
Neste artigo, focaremos na EN 1337-3, parte da série EN 1337, que trata especificamente dos aparelhos de apoio elastoméricos estruturais.
Veremos o processo de certificação, os riscos de não seguir normas de qualidade e o case da Maurer do Brasil, uma das poucas empresas no Brasil com essa certificação.
O que é a norma EN 1337-3 e sua importância
A EN 1337 é uma série de normas técnicas desenvolvidas pela comunidade europeia para regulamentar a produção de aparelhos de apoio estruturais.
Especificamente, a EN 1337-3 aborda aparelhos elastoméricos – componentes fundamentais que absorvem e dissipam forças, proporcionando estabilidade e durabilidade a estruturas sujeitas a movimentações e vibrações, como pontes.
Aderir a essa norma é mais que uma exigência técnica; é também um requisito legal para que fabricantes europeus possam vender esses produtos com o selo CE.
Este selo é um indicativo de conformidade com padrões europeus de segurança, garantindo que os aparelhos sejam adequados para uso em projetos que demandam alto nível de segurança e durabilidade.
Como obter a certificação CE
O processo para obter a certificação CE dos aparelhos elastoméricos exige uma série de etapas rigorosas. Abaixo estão os principais pontos:
- Controle tecnológico: A fabricação dos aparelhos deve ser submetida a um controle tecnológico intenso. No Brasil, esse nível de controle é relativamente novo e demanda uma adaptação para atender aos padrões europeus.
- Homologação do composto elastomérico: Cada composto usado nos aparelhos deve ser testado em condições diversas, garantindo que o material atenda às exigências de resistência e durabilidade. Isso envolve ensaios sobre deformação, ruptura, e módulo G, que certificam a resiliência do elastômero a longo prazo.
- Implementação do FPC (Factory Production Control): O fabricante precisa de um FPC – Controle de Produção Fabril, um programa de monitoramento contínuo que inclui ensaios frequentes e específicos para cada tipo de aparelho produzido. Esses testes são essenciais para manter a qualidade e a consistência na fabricação.
- Testes de rotina: Os órgãos certificadores realizam ensaios de rotina para avaliar o desempenho dos aparelhos em diferentes condições, incluindo testes de fadiga dinâmica, envelhecimento acelerado, e resistência à tração. Isso assegura que os aparelhos mantêm a funcionalidade mesmo sob condições extremas.
- Documentação técnica: A certificação CE exige que o fabricante crie um dossiê técnico detalhado, reunindo todos os relatórios de ensaios e processos fabris. Este dossiê é fundamental para obter e manter a Declaração de Performance, documento necessário para o uso legal do selo CE.
Riscos de utilizar aparelhos de apoio não normatizados
A ausência de certificação e de normas como a EN 1337-3 implica em grandes riscos para a integridade e segurança de uma estrutura. Abaixo, apresentamos alguns dos principais perigos:
- Danos estruturais: Aparelhos de apoio que não atendem a normas de qualidade podem falhar, levando a rupturas em pontos críticos, o que compromete a estrutura como um todo. Essa falha pode ter consequências fatais, principalmente em pontes e estruturas elevadas.
- Redução da vida útil da estrutura: Aparelhos mal dimensionados e sem controle de qualidade se desgastam mais rapidamente. A troca frequente desses componentes gera custos adicionais de manutenção e eleva o risco de danos entre cada substituição.
- Consequências legais e financeiras: Utilizar aparelhos sem normatização pode acarretar sérias responsabilidades legais. Em caso de falhas estruturais, o fabricante e o responsável pela obra podem responder a processos por negligência e danos materiais, além de enfrentar sanções por parte de seguradoras e autoridades locais.
O case da Maurer do Brasil e a importância da certificação EN 1337-3
A Maurer do Brasil destaca-se como uma das poucas empresas brasileiras certificadas pela EN 1337-3. Esse reconhecimento é um marco no mercado nacional, atestando a qualidade e segurança dos aparelhos de apoio produzidos pela empresa.
Essa certificação é fruto de uma adaptação rigorosa aos padrões europeus, o que permite à Maurer exportar seus produtos para a Europa, além de garantir segurança e confiabilidade aos projetos locais.
Como a EN 1337-3 impacta a segurança e longevidade das estruturas
Seguir a norma EN 1337-3 não é apenas uma questão de conformidade legal, mas uma prática essencial para assegurar a longevidade e segurança das estruturas.
Pontes, viadutos e edifícios que utilizam aparelhos de apoio certificados pela EN 1337 apresentam menos problemas de manutenção e maior resistência a variações de carga e temperatura.
Essa norma torna-se, portanto, uma vantagem competitiva para fabricantes, que passam a oferecer um produto com maior valor agregado e em conformidade com os mais altos padrões de segurança e desempenho.
É uma referência de confiança que eleva o nome do fabricante e cria novas oportunidades de negócios, especialmente em mercados internacionais.
Considerações finais sobre a norma EN 1337-3
A certificação EN 1337-3 estabelece um parâmetro essencial de qualidade para aparelhos de apoio estruturais, garantindo que eles atendam aos requisitos de segurança e durabilidade exigidos por projetos de grande porte.
A Maurer do Brasil exemplifica como seguir essa norma agrega valor ao mercado nacional, destacando-se entre os poucos fabricantes brasileiros aptos a fornecer aparelhos de apoio com o selo CE.
Seguir as diretrizes da EN 1337-3 é, portanto, um compromisso com a segurança estrutural, a sustentabilidade dos projetos e a confiança do consumidor.
As empresas que adotam essa norma saem na frente em termos de responsabilidade e credibilidade no mercado global.
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